AQUI HÁ HISTÓRIA
Desafio lançado aos alunos do 4ºano da EB Alto do Moinho. Um desafio que pretende despertar o gosto e a descoberta da História do nosso país.
Como?
Atentos e observadores, por onde quer que vamos, há sempre um vestígio do passado que nos conta uma parte da nossa história, basta tirar uma foto, procurar informação e partilhar.
Vamos a isso?
quinta-feira, 27 de agosto de 2015
quinta-feira, 2 de julho de 2015
terça-feira, 21 de abril de 2015
Poema ao 25 de Abril
Em 2014, a turma do 3ºA da EB Alto do Moinho, decidiu juntar-se às comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril e aqui estamos nós a recordar esse desafio, que agora publicamos.
Poema ao 25 de Abril
Poema ao 25 de Abril?
Como? Foi há tanto tempo!?
40 anos é uma eternidade,
mas alguns de nós já sabiam
que era o DIA da LIBERDADE.
Poema ao 25 de Abril?
Como o vamos fazer?
A maioria dos nossos pais
Ainda estava p’ra nascer.
Poema ao 25 de Abril?
Sim - diz a professora – vamos conseguir.
Aceitámos o desafio, receosos mas a sorrir.
Poema ao 25 de Abril?
Definimos uma estratégia.
Tudo planeado e bem organizado:
Perguntamos aos avós, aos amigos,
aos vizinhos, a quem passar.
Vamos à biblioteca, vamos pesquisar,
ver filmes, ler histórias, livros
poemas que fazem pensar.
Fizemos uma nuvem de palavras
E as ideias começaram a fervilhar.
Poema ao 25 de Abril.
Na sala, fechado?
Ninguém estava concentrado.
Papel e lápis na mão
Corremos para o Banco dos
Sonhos...
E voámos com a imaginação.
Cabeças e lápis sem parar
Isto é que é rimar...
Métrica , vamos ignorar.
Temos a história de um país p’ra contar.
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
Tanto ano de pobreza
Tanto ano de injustiça
Tanto ano de ditadura
Destruía a nossa cultura.
Nessa ditadura
havia um país
Com nome de Portugal.
Nessa ditadura
havia um país
em que a expressão não tinha razão,
na cabeça de Salazar que só
nos dava tristeza e muita pobreza.
As pessoas viviam cheias de medo
No lugar do coração, Salazar tinha um rochedo.
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
Diz-se que antes do 25 de Abril
Havia muita, muita, muita censura.
Havia muita, muita, muita tortura.
Contra o regime
ninguém falava o que pensava
ninguém lia ou fazia o que queria.
Livros proibidos, só bem escondidos.
A professora tinha um, numa panela,
na prateleira da despensa, bem guardado.
Ler e ficar informado, só com cuidado
Se a PIDE descobrisse, era torturado.
As crianças, como nós, iam à escola
Pé descalço e uma sacola.
Uma escola para os rapazes
Outra para as raparigas.
Professores de régua sempre pronta a trabalhar
Eram obrigados a instruir e educar
Com o Salazar ou o Marcelo a ordenar.
Ou era obrigatório ou era proibido
Ou se obedecia ou se era sacudido.
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
Diz-se que antes do 25 de Abril
Nas famílias mais abonadas,
as raparigas liam livros que ensinavam
a apresentar-se bem em sociedade.
Para falar com um rapaz não tinham liberdade.
Aprendiam a ser boas donas-de-casa, a limpar,
Cozinhar, costurar, bordar, ouvir e calar...
Nas famílias mais pobres,
as raparigas mais velhas não iam à escola
da casa e dos irmãos mais novos ficavam a cuidar,
lavadeiras ou criadas de servir por uma esmola
era melhor do que ir para o campo trabalhar.
Os rapazes já sabiam o que os esperava
Era a guerra, a guerra colonial
Tantas, tantas vezes fatal.
Falámos com um senhor que esteve
Na guerra em Angola e em Timor
Não gosta de falar desse terror.
Contou-nos que eram obrigados
Todos os rapazes a ser soldados.
Usar as armas e até matar
Nas colónias, pela vida, guerrear.
As mães, as namoradas, as mulheres e os filhos
Tristes, amarguradas, ficavam a chorar
Os homens novos iam lutar
Podiam-se magoar,
Podiam não voltar...
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
Diz-se que antes do 25 de Abril
Era uma tristeza
com tanta pobreza
Não se tinha dinheiro
no mealheiro.
Diz-se que antes do 25 de Abril
Só os ricos tinham notas de mil.
No tempo do Salazar
Não se tinha dinheiro para o cabelo cortar
E até pulga e piolho os meninos podiam apanhar.
Era um tempo, tão mau, tão mau
Que só se comia metade de um carapau.
Era o dia inteiro a trabalhar
no campo, ao sol, ao frio, à chuva, ao vento
na fábrica, ritmo acelerado, até a sirene entoar
na escuridão da mina, a picareta a martelar
na escuridão da alma, quase sem alento
luta-se, dia a dia, pelo sustento.
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
Diz-se que antes do 25 de Abril
O povo não vivia contente
Era má, era muito má
A vida de toda a gente.
Que feia miséria
De triste desigualdade
Líamos livros, sem felicidade.
Gente triste.
Que feia esta tristeza.
Tristeza maldita
Que não deixa ver a beleza.
Havia poetas que pensavam:
“pés descalços no chão
a brincar com um balão,
realmente sem emoção”.
Com proibição
As pessoas não tinham direito à opinião.
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
Diz-se que antes do 25 de Abril
A vida era mesmo complicada
Muitos achavam que com tanta pouca sorte
A vida não era muito melhor que a morte.
Os amigos não se podiam reunir,
não podiam falar, não podiam segredar,
não podiam protestar, não se podiam manifestar!
Era tanta proibição. Proibição e mais proibição.
Uma pequena distração e o destino era a prisão.
A prisão era real, dura, cruel, muito cruel.
Muita crueldade para impedir a liberdade.
A prisão não era ilusão.
A prisão era real, amargamente real
Caxias, o Forte de Peniche ou o Tarrafal.
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
Diz-se que antes do 25 de Abril
Muitas pessoas estavam fartas, cansadas
Cansadas de tanta pobreza, tanta incerteza
Cansadas de serem injustiçadas, maltratadas
O medo, o silêncio não eram solução
Aquela dor permanente feria-lhes o coração.
Tantos anos de sofrimento
Nunca lhes deixava o pensamento.
Algumas arriscavam e conseguiam fugir
A salto, a monte para o exílio partir.
Partir para longe, para um país qualquer distante
Partir sem rumo, sem família, sem o desejar
Partir para se preparar porque um dia iria voltar.
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
Diz-se que antes do 25 de Abril
Há muito, muito tempo, havia
Tristeza, silêncio, medo
Há muito, muito tempo, havia
Pobreza, fome, opressão
Ai, ai... que grande confusão!
Quarenta e oito anos de
pura ditadura, ditadura pura
Era uma pura tortura.
Quarenta e oito anos é demais
BASTA. Não queremos mais.
Não queremos mais esta vida oprimida.
Não queremos mais este horrível medo
Não queremos mais só falar em segredo.
Não queremos mais sair desta terra
Não queremos mais a morte e a guerra.
Não queremos mais esta tristeza
Não queremos mais esta pobreza.
Não queremos mais a fome, não ter pão
Não queremos mais esconder a emoção.
Havia de chegar, chegar o dia
Em que todo o Portugal iria
enfrentar o seu pior inimigo
o medo, o terror, o pavor
a proibição à expressão
Não queremos mais esta vida
NÃO, NÃO, NÃO, NÃO e NÃO!
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
Diz-se que antes do 25 de Abril
No maior secretismo, planeou-se o fim do fascismo.
Um grupo de capitães insatisfeitos, queria um país novo
Sentia-se na obrigação de trazer a alegria ao povo.
Um grupo de militares criou o Movimento das Forças Armadas
Às escondidas, definiu estratégias altamente articuladas.
No dia 24 de Abril de 1974, às 22:55h
ouve-se a voz de Paulo de Carvalho
“E depois do Adeus” , era o primeiro sinal
ninguém desconfiou, era a canção do festival.
Nos quartéis os militares sabiam que aquela
era uma canção vencedora, era muito especial.
O grande dia nasceu forte e bem cedo,
Agora era avançar, avançar sem medo.
À meia-noite e vinte, chega a confirmação
A rádio passa a “Grândola Vila Morena”
É o segundo sinal para iniciar a REVOLUÇÃO.
No Regimento de Engenharia nº1 no quartel da Pontinha
Localizava-se o posto de comando da Revolução
E a revolução crescia enquanto o povo dormia.
Enquanto a PIDE dormia...
A revolução começou
Lá foram os capitães
Fortes e contentes
Foram competentes.
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
A coluna de militares da Escola Prática
de cavalaria de Santarém não veio
em visita de estudo ao
cavalo de D. José.
Veio posicionar-se no Terreiro do Paço
E até resolver tudo não arredou pé.
Sob comando do sensato e jovem capitão
Salgueiro Maia que soube tomar a decisão.
O MFA - Movimento das Forças Armadas
Sabia bem o que fazia, não estava a brincar
Na sua planificação inventaram códigos
Desta forma, à vontade, podiam comunicar
E ainda... Ih! Ih! Ih!... A
PIDE enganar.
A Rádio Televisão Portuguesa
Foi uma ocupação estratégica primordial
Às 3:59h o capitão Teófilo Bento, triunfal
Comunicou ao Posto de Comando
“Acabámos de ocupar Mónaco sem incidentes”
Se lá estivesse o homem da censura
Tinha levado um murrito nos dentes.
Outros pontos estratégicos
Outros nomes-de-código
Era importante não ser localizado
Ninguém queria ser apanhado.
Terreiro do Paço – Toledo
Banco de Portugal – Bruxelas
Rádio Marconi – Viena
Cristo-Rei – Londres
Viagem gigante numa só noite fascinante.
Na Rádio Clube Português, Joaquim Furtado
Lia com voz clara e emocionado,
vindo do MFA, o seguinte comunicado
“Aqui posto de comando das Forças Armadas...”
O MFA tudo está a controlar.
Agora já não há volta a dar.
É pelo povo. É por Portugal.
Pelo nosso país lutar.
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
Sem o 25 de Abril...
Que seria de nós?!
No dia 25 de Abril de 1974
Pelo major Silva Pais, diretor da PIDE, avisado
Marcelo Caetano ficou no Quartel do Carmo, refugiado.
Para lá se dirigiu a coluna de militares
Salgueiro Maia, era o capitão
e do presidente obteve a rendição.
Mantendo a calma, no meio da agitação
Salgueiro Maia conseguiu a rendição.
E o povo veio p’ra rua
Veio p’rá rua gritar.
Gritar VIVA A LIBERDADE
Liberdade da nossa história
Uma bela poesia
Andavam todos na rua
Como gente vadia!
E o povo veio p’ra rua
Veio p’rá rua gritar.
Gritar “VITÓRIA”
E o povo veio p’ra rua
Veio p’rá rua gritar.
Gritar “O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO”
E o povo veio p’ra rua
Veio p’rá rua cantar.
Cantar “Grândola Vila Morena,
terra da fraternidade
o povo é quem mais ordena...”
E o povo veio p’ra rua
Veio p’rá rua cantar.
Cantar “Avante camarada,
avante
junta a tua à nossa voz...”
E o povo veio p’ra rua
Veio p’rá rua cantar.
Cantar “Uma gaivota voava,
voava,
asas de vento coração de mar
como ela somos livres,
somos livres de voar...”
O 25 de Abril chega e tudo muda
A DITADURA morre
Nasce a DEMOCRACIA
Nasce uma coisa chamada LIBERDADE
Em que a paz e a esperança nascem
E com elas trazem o antídoto
Para a exterminação da opressão.
Os soldados ajudaram as pessoas
Na procura da libertação.
Todos deviam saber que
O 25 de Abril de 1974 foi o melhor dia
Foi o dia em que o pai de uma colega
Soube que não ia mais para a guerra.
Abriram-se as portas da Liberdade
Fecharam-se as portas da maldade.
OBRIGADO soldados
OBRIGADO capitães
Trouxeram-nos a LIBERDDE
Com muita solidariedade.
Depois do 25 de Abril
Muitos artistas
se inspiraram no grande acontecimento
Na pintura, no teatro, na música...
Todos quiseram gritar LIBERDADE.
Uma florista distribuiu cravos vermelhos
E os cravos vermelhos surgiam em todo o lado.
Somos o único país que tem uma
REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
Que nos faz orgulhar
Com amor, paz, carinho do cravo é preciso cuidar.
Com o 25 de Abril toda a vida mudou
Ao tempo antigo não queremos voltar
É a alegria de ter uma Democracia
é a felicidade de viver em Liberdade
Portugal é o nosso país
Portugal cheio de luz e cor
Em Portugal quero ser feliz
Portugal é o nosso amor.
Portugal de antes, Portugal
após
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